eu digo muito pouco com as palavras.
dizer mesmo
é com os vazios:
poesia é algo de vento
plenitude de ausências
onde sombras irradiam
e os i-Pods podem.
dizer mesmo
hoje em dia
é desnecessário...
e,
cá entre nós,
chatice pura.
(para Marcos Almeida)
20.11.12
5.11.12
associações
em muitos momentos
me lembro do
Itamar.
geralmente
uma risada boa
me vem à
memória
e um riso contido
à boca.
me lembro do
Itamar.
geralmente
uma risada boa
me vem à
memória
e um riso contido
à boca.
11.10.12
autoconsciência
sou ínfimo
entre minhas
peles -
como um comentário entre parênteses
ou um comprimido para a dor de cabeça.
ou um fusca.
vivo em redução
ante o assombro
da existência.
e é em meu caminhar subtrativo
que desapego de mim:
esfregando-me em pontudas pedras
deixando-me cair de mim.
deleto-me.
olho o preciso espelho de Suas palavras:
ali a humanidade perdida
em Jesus recuperada.
autor: João da Pena*.
*observação: João da Pena sou eu mesmo.
entre minhas
peles -
como um comentário entre parênteses
ou um comprimido para a dor de cabeça.
ou um fusca.
vivo em redução
ante o assombro
da existência.
e é em meu caminhar subtrativo
que desapego de mim:
esfregando-me em pontudas pedras
deixando-me cair de mim.
deleto-me.
olho o preciso espelho de Suas palavras:
ali a humanidade perdida
em Jesus recuperada.
autor: João da Pena*.
*observação: João da Pena sou eu mesmo.
2.10.12
limites
o poema sempre
tem uma
cerca inerente
a palavra é seu limite
o leitor é seu limite
o tempo é seu limite
o poeta é o ...
o ...
o ...
sei lá...
do ócio
ai ai ai...!
estar à toa
é como dizer
ai ai ai...!
faz uma cócega
dentro da barriga
ai ai ai...!
estar à toa
mão na barriga
ai ai ai...!
é como dizer
faz uma cócega?
ai ai ai...!
se fico de pé
a preguiça se vai
ai ai ai...!
estar à toa
é como dizer
ai ai ai...!
faz uma cócega
dentro da barriga
ai ai ai...!
estar à toa
mão na barriga
ai ai ai...!
é como dizer
faz uma cócega?
ai ai ai...!
se fico de pé
a preguiça se vai
ai ai ai...!
27.9.12
14.9.12
prazer
certas palavras com 's' me alegram
gosto de pronunciá-las devagar
apenas para ter a lufada de ar
na ponta do dente,
do sssssssssss
como em estúpido
ou esquálido
ou esforço
de fato
não me interessa o significado
da palavra
pois neste exercício mecânico
ao pronunciá-lo arrastado
- o 's' -
eleva-se a
significado
gosto de pronunciá-las devagar
apenas para ter a lufada de ar
na ponta do dente,
do sssssssssss
como em estúpido
ou esquálido
ou esforço
de fato
não me interessa o significado
da palavra
pois neste exercício mecânico
ao pronunciá-lo arrastado
- o 's' -
eleva-se a
significado
16.8.12
ode
Sua alegria, ó Cristo,
brota em mim
sempre
faça chuva ou sol
doença, dor ou festa
Sua alegria
comovido
minhas barreiras desmoronam
ao som dos Seus firmes
passos
ao silêncio dos Seus
verdes campos
guia-me mansamente a águas tranquilas
mesmo entre os vales da morte
tenho descanso
enches de vinho o meu coração:
e, de paz,
minh'alma transborda.
(para Jesus Cristo)
brota em mim
sempre
faça chuva ou sol
doença, dor ou festa
Sua alegria
comovido
minhas barreiras desmoronam
ao som dos Seus firmes
passos
ao silêncio dos Seus
verdes campos
guia-me mansamente a águas tranquilas
mesmo entre os vales da morte
tenho descanso
enches de vinho o meu coração:
e, de paz,
minh'alma transborda.
(para Jesus Cristo)
27.6.12
obstetrícia
espero o poema
como quem não está esperando coisa alguma
(des-espero o poema)
sem aviso ou hora marcada
uma frase torna-se um embrião de poema -
como se a fecundação ocorresse silenciosa
entre as relações cotidianas -
ou como se estivesse diante de mim
acenando e gritando
para que eu acorde da denotação.
acordo com
contrações de parto
(qual o microscópio que revela as divisões das palavras?)
dou à luz o poema.
cortado o cordão umbilical
o pego no colo:
o sorriso misterioso
o peso adequado
a respiração musical
o queixo do pai
me causam grande satisfação.
adormeço.
(e enquanto durmo
o poema foge do hospital
ganha as ruas
e vai viver
entre as flores e a violência)
como quem não está esperando coisa alguma
(des-espero o poema)
sem aviso ou hora marcada
uma frase torna-se um embrião de poema -
como se a fecundação ocorresse silenciosa
entre as relações cotidianas -
ou como se estivesse diante de mim
acenando e gritando
para que eu acorde da denotação.
acordo com
contrações de parto
(qual o microscópio que revela as divisões das palavras?)
dou à luz o poema.
cortado o cordão umbilical
o pego no colo:
o sorriso misterioso
o peso adequado
a respiração musical
o queixo do pai
me causam grande satisfação.
adormeço.
(e enquanto durmo
o poema foge do hospital
ganha as ruas
e vai viver
entre as flores e a violência)
22.5.12
essência
toda biblioteca tem que ser uma
biblioteca -
não há generalidades além do fato que:
construir uma biblioteca
é moldar o silêncio
para que seja moldura
de vozes
[em livros] guardadas.
biblioteca -
não há generalidades além do fato que:
construir uma biblioteca
é moldar o silêncio
para que seja moldura
de vozes
[em livros] guardadas.
9.5.12
minha vida
1.
ando:
entre nuvens
ardo:
entre chamas
vivo-morro acima.
2.
ao redor de mim:
pessoas e todos os seus dramas.
3.
dentro:
Jesus Cristo
e
Seu amor
- sublime -
como seiva
como um dia de sol
me sustenta e'ilumina.
(Inspirado em Gálatas 2:20)
ando:
entre nuvens
ardo:
entre chamas
vivo-morro acima.
2.
ao redor de mim:
pessoas e todos os seus dramas.
3.
dentro:
Jesus Cristo
e
Seu amor
- sublime -
como seiva
como um dia de sol
me sustenta e'ilumina.
(Inspirado em Gálatas 2:20)
24.4.12
3.4.12
27.3.12
Carlos Drummond de Andrade
meu blog vive
prestando concurso público
para virar
livro.
já pensou, poesia com 13º salário e férias?
prestando concurso público
para virar
livro.
já pensou, poesia com 13º salário e férias?
31.1.12
Lavoisier Salomão
um dia desses uma veterinária
de olhos bonitos
me falou:
- o olho é como uma jabuticaba.
(tal foi o choque que entrei em estado de poesia)
falou também que o cristalino é o nosso zoom
para verde-perto e vermelhor.
...na hora saquei qual é a da fotografia.
vi também
que tudo já foi
e não há nada novo
que se invente:
criação é sempre releitura
e nossos inventores
são os capazes de apanhar
as jabuticabas
que Deus plantou.
de olhos bonitos
me falou:
- o olho é como uma jabuticaba.
(tal foi o choque que entrei em estado de poesia)
falou também que o cristalino é o nosso zoom
para verde-perto e vermelhor.
...na hora saquei qual é a da fotografia.
vi também
que tudo já foi
e não há nada novo
que se invente:
criação é sempre releitura
e nossos inventores
são os capazes de apanhar
as jabuticabas
que Deus plantou.
Salmo 93
o Senhor
Criador
Reina
naturalmente Ele é
(e tudo passará: seja a relva a praça ou a arma)
ouve o
estampido
que rompe
o dia?
acaso é o jato, o grito de gol, a usina em combustão?
- não!
tudo é silêncio
ante seus passos
e
exala justiça
o puro Deus.
*Inspirado em http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/93
Criador
Reina
naturalmente Ele é
(e tudo passará: seja a relva a praça ou a arma)
ouve o
estampido
que rompe
o dia?
acaso é o jato, o grito de gol, a usina em combustão?
- não!
tudo é silêncio
ante seus passos
e
exala justiça
o puro Deus.
*Inspirado em http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/93
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