Meu corpo inscrito pela cidade.
Em minha pele pode ser lida
uma cartografia discreta:
daquela rua recebi certa curva nas costas
desta praça, um assombramento
da vitrine, o olhar cabisbaixo...
Nunca andei por estas esquinas;
dancei deveras.
No trem que nunca embarquei
me esfrego diariamente;
o primeiro pó que ventou a primeira casa
respiro.
Esta urbe vive,
nem memória
nem alma.
É meu corpo ali gemendo
sob a sova dos espaços
cruz inevitável
herança
de cada pedra que pisei.
Habito a mim mesmo minha terra mundo adentro.
(*publicado no livro "Experimentando a vida: cotidiano, esperanças e sensibilidades", edUFU)
16.1.09
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