3.4.09

Do olhar

não vê quem olha o olho ali no rosto
não se sabe como a retina redonda enquadra
não se estampa o detalhe (ou o jogo) capturado
no instante exato
no ar ou
no pensamento.
não se descobre por que caminhos o olho, a máquina e o dedo iluminam o corriqueiro.
de onde a fotogenia do fungo ou do cimento?
por acaso há beleza num poste? num pepino?

saber do congelar indispensável à fotografia
ter, no olho, a agudeza do fio de navalha:
fatiar, do mundo, as cores certas, o gesto puro.

(para Mairla Melo)

2 comentários:

Nass Ju disse...

baita olhos, os dela, os seus.

raquel beatriz disse...

henrique....

impossivel...enquadramento poético?

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